Pular para o conteúdo Pular para o Mapa do Site

Imprensa

Fusão Kroton/Estácio é abuso contra a educação brasileira

A Kroton, maior empresa de educação superior privada do país, anunciou em Julho a compra Estácio, segunda maior do setor.  A UNE se pronunciou em nota sobre o assunto.

A União Nacional dos Estudantes, representante dos mais de sete milhões de universitárias e universitários dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal, não identifica nenhum ponto positivo na notícia da fusão bilionária dos dois principais grupos privados educacionais do país: Kroton e Estácio. Ao contrário, denuncia os perigosos interesses que envolvem a transação, com o abuso do poder econômico sobre a qualidade de ensino de mais de 1,5 milhão de estudantes. O negócio envolvendo os dois grupos está avaliado em cerca de R$5,5 bilhões.

Segundo a presidenta da UNE, Carina Vitral, a fusão é uma ameaça à educação brasileira ao concentrar grande poder ao setor privado, livre de qualquer regulamentação. “Salas superlotadas e em más condições de estrutura, poucos laboratórios e bibliotecas, demissões dos professores mais qualificados a título de economia, uso indiscriminado do ensino à distância e das disciplinas online para a redução de custos, anulação completa da pesquisa e extensão universitária são alguns dos expedientes utilizados pelo setor privado para garantir seus objetivos. Ao que tudo indica, tais problemas serão maximizados com o processo de fusão dos megagrupos, com o enfraquecimento da concorrência e a busca sedenta pelo retorno financeiro da negociação”, afirma.

O ministro interino da Educação já demonstrou a sua proximidade com o lobby do setor privado, chegou a mencionar a cobrança de mensalidades nas universidades públicas e sinalizou ameaça de cortes em programas de inclusão no ensino superior como o Prouni e o Fies. Além disso, foram nomeados para o ministério indivíduos estrategicamente ligados ao mercado das particulares.

A UNE convoca todas e todos os estudantes do país a lutar contra o sucateamento da educação e resistir ao desmanche das conquistas dos últimos anos. Os estudantes querem o fim dos cortes na educação pública e a regulamentação imediata do setor privado com a criação do Insaes (Instituto Nacional de Supervisão e Avaliação do Ensino Superior).

A educação e o acesso à universidade são o legado da nossa geração de juventude, resultado de lutas e reivindicações antigas pela democratização da educação no país. Não aceitaremos que os milhões de novos estudantes que chegaram agora às salas de aula, filhos dos trabalhadores, negros, indígenas, mulheres, LGBT sejam vítimas desse retrocesso.

Não à fusão!
Educação não é mercadoria!
Regulamentação do setor privado já!

União Nacional dos Estudantes
11 de julho 2016

Pular para o Conteúdo Pular para o Topo